Ao certo podemos dizemos o dia em que o sonho tornou-se realidade: foram 29 de agosto de 2009. Mas não posso recordar o dia de sua inspiração à minha mente, talvez porque tenha sido nos primeiros passos da minha vida adulta. Desculpe-me! Acho que um pouco antes, na adolescência, ao sonhar de brincar de médico... Mais uma vez perdoe-me! Foi na infância, quando ganhei o primeiro kit enfermagem... Não, não, mais uma vez perdoe-me! Este brinquedo? Nunca o possuí. Eureca, lembrei-me! Agora tenho certeza ABSOLUTA, foi antes da infância, o realizava em outras épocas, em outros tempos, em outras terras. Em outros mundos. Lembro-me dos instrutores nos falando da importância do servir, amar, compartilhar e dedicar nossas vidas no caminho do bem. Nos diziam:
- Instrutor: Jardineiros, são tempos de despertar! Lá fora se encontram jardins secos, precisando de boas sementes para germinar.
Mas alguém retrucou dizendo:
- Aprendiz: Senhor, como faremos essa missão? O mundo inteiro encontra-se doente? Poucos jardins ainda perfumam aquele lugar!
- Instrutor: Criança, você enxerga erradamente. Olhe mais uma vez, o que existe são jardins fechados por redomas de vidros diferentes, compostos de: egoísmo, cansaço, vaidade, desmotivação, desequilíbrios de todas as ordens... Os jardins existem! Vamos lá crianças, alegria e paciência para com aqueles que ainda não conseguem perfumar.
O aprendiz silenciou e percebeu que ao redor de si existia uma redoma enorme cheia de vaidades, desequilíbrios, fantasias, tristeza, mágoas, entre tantas outras mazelas. Sentou-se a beira mar, num banquinho, e fitou o horizonte de onde lá saia um belo pássaro preto de distinção chamado Cancun. O Cancun foi se aproximando do Aprendiz e disse:
- Cancun: Boa tarde cara colega! Lembra-se de mim?
- Aprendiz: Meu Deus, o passarinho está falando comigo! Senhor, por favor, mantenha-se distante, não gosto de bicho de penas!
- Cancun: Amiga, acalme-se, não causo nenhum mal! Apenas gostaria de te ajudar a abrir tua redoma, você não pedira isso aos céus?
- Aprendiz: Sim. Mas você é um passarinho! Como poderia me ajudar? E além do mais nunca vi passarinho falante... Misericórdia!
O Cancun ternamente a olhou e disse com todo carinho:
- Cancun: Se assim me vês! Eu sou teu amigo, não se lembra de mim? Olha com o coração e me reconhecerás!
O Aprendiz desconfiado fechou os olhos aos pouquinhos depois da promessa do Cancun, que prometera não se aproximar e disse:
- Aprendiz: Meu amigo querido, é você! Quanta alegria que enche meu coração. Por que o vi dessa forma? Que tolo o sou! Quantas perguntas me cercam...
O Cancun explicara ao aprendiz que ali estava para ajuda-lo a tirar sua redoma e ele deveria ajudar outras pessoas a fazerem o mesmo. Explicou para o Aprendiz que seria uma missão difícil , mas acreditava nele. Explicou também que ele deveria reunir pessoas que se dispusessem a praticar a CARIDADE, e assim os ajudaria a se tornarem jardineiros do amor. O aprendiz falou:
- Aprendiz: Mas Cancun, onde os encontrarei? Como posso chamar pessoas a fazer parte de algo que eu mesmo nem sei por onde começar?
- Cancun: Como não? É só colocar em prática todas as instruções recebidas durante o tempo em que ficastes conosco, está tudo com você e ao seu devido tempo, quando tua redoma for quebrando, verás que beija-flores irão se aproximar de ti naturalmente. Sejas forte e persistente, como em todo trabalho as dificuldades virão. Sejas fortes e nunca sinta-se sozinho, pois não estais! Todos os teus amigos estão torcendo por você.
O Cancun tinha toda razão. Um grupo se reuniu ao aprendiz e iniciaram essa jornada ao caminho do bem.
Como dito alguns ficaram no meio do caminho, outros aprenderam a lição divina e foram perfumar outros jardins, outros resolveram fechar-se na mesma redoma, outros estão chegando e outros virão.
Quer saber como termina? Não sei. Ainda estamos no caminho.